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Acerca de

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Em "O trem e o moribundo" refletimos sobre a objetificação do corpo na modernidade, o genocídio de povos na história brasileira, a estabilidade financeira, a alienação: o jogo da sociedade do capital. Buscamos externalizar e compartilhar, de alguma forma, a complexidade da população cocaiense e região, senão de todo o estado, diante a formas disseminadas de trabalho, voltadas à relação senhor e escravo e à produção industrial mineradora - eis o nome MINAS GERAIS! Trata-se de uma sessão de fotos e vídeos como parte de experimentações corpo-expressivas realizadas em 2021 na cidade de Barão de Cocais (MG). Dessa forma, é aceito neste trabalho, de caráter híbrido, o processo de criação enquanto local de estar, não havendo um fim ou resultado, mas percurso de experimentação a ser vivenciado, documentado e compartilhado.

​Não buscamos simplesmente apontar o fim das indústrias mineradoras, muito menos tê-las, da maneira como se encontram, como principais formas de trabalho. Criticamos a dificuldade da política local, além das empresas, em oferecer e apoiar outras maneiras de vida, menos focadas no lucro e na exploração de pessoas enganadas pelo consumo excessivo e pela busca da estabilidade financeira. Lutamos por um futuro onde estejamos menos voltados à produção exagerada, não entregues a formas de trabalho que nos desrespeitem como seres vivos sensíveis e plurais. Questionamos a dificuldade de realizar objetivos voltados às artes, a manutenção do ambiente menos destruído, o conhecimento sobre a história local, a saúde da população e a importância da diversidade na relação social.​​

 

 

 

 

 

O material foi dividido em oito pastas, chamadas também de galerias: o carrasco; bicho parasita; madalena; exu criança; moribundo; o trem e o moribundo; mãe; -ação, formando uma espécie de dramaturgia móvel, no qual o leitor/espectador pode viajar nas combinações, organizações e significados, não havendo uma verdade ou interpretação única. Utilizamos como material o corpo no espaço cocaiense; as memórias e histórias da população; uniformes de empresas, emprestados de familiares, vizinhos e amigos; uma corda; uma câmera celular e uma flauta transversal.

Assim, giramos em torno deste quase morto, como se o trabalhador local estivesse à beira da morte devido à falta de sensibilidade, autocuidado, o cansaço que não cessa, as horas extras, o dinheiro que engana. Nesta história “aberta”, o moribundo pede tempo! Ele sabe que sozinho não consegue livrar-se deste tudo que carrega desde tempos coloniais antigos. O moribundo precisa de algo que o ajude a tornar-se um vivo, nem que seja por um breve instante.

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